sexta-feira, 18 de abril de 2008

(des)evolução social ou como a patanisca substitui a unha de gel...


Não é apenas quando se tem a conta a zeros que se percebe como somos pobres. A conta bancária não deixa de ser uma coisa imaterial, sabemos que existe, umas vezes tem dinheiro e outras não, mas não andamos com ela no bolso, não se senta ao nosso lado, não a pomos dentro da mala quando saimos do restaurante. Até porque, quando ela está a zeros, não vamos ao restaurante. Mas adiante, o ponto onde quero chegar é o seguinte: como já aqui antes referi, cheguei à conclusão que os extraterrestres me sacam dinheiro da conta sem eu me aperceber. Como não quero provocar um acidente diplomático intergaláctico, resignei-me ao facto e abdiquei de algumas futilidades de gaja, como sejam as unhas de gel, entre outras pequenas e inofensivas taras que qualquer gaja que se preze tende a sobrevalorizar. E eu fi-lo de peito aberto, crente de que os carentes extraterrestres valorizariam o meu esforço e me deixariam em paz por uns tempos. Mas lá está, nesta luta constante contra a cedência aos impulsos de gaja em prol da relativa manutenção de algum do recheio da minha conta bancária, hoje dei por mim a fazer a seguinte figura no restaurante ao almoço:

- Desculpe, por acaso não tem uma caixinha para levar o resto das pataniscas?

E assim saí do restaurante com a marmita das pataniscas dentro da mala. Por sorte, pelo menos tinha pintado as unhas de manhã...

1 comentário:

grego disse...

de facto, uma pessoa levar na marmita sem gel nas unhas para amaciar psicologicamente a coisa é já por si mau. então quando a isto se junta a sonda extraterrestre que nos viola a conta bancária, é caso para tomar um frasco inteiro de doce alívio e esperar por um bom bocado.

esperar, mas sentado.